17 de agosto de 2011

Metrô = lata de sardinha

Já vi muita gente comentando que o metrô de Belo Horizonte é uma bênção - pra não dizer outra coisa- logo pela manhã e no fim da tarde também. Mais hoje de empírico senti na pele o que a sardinha sente ao ser enlatada.

Até tinha acordado de bom humor e feliz em ter que pegar um ônibus até ao metrô, depois descer naquele centro maravilhosamente lotado de gente cheio de pressa e enfim chegar no trabalho, mais eis que essa incrível jornada se tornou bem difícil logo que cheguei na estação do metrô. Parecia que tinha um milhão e meio de pessoas dentro do metrô parado aguardando a hora da partida ( que insistem ser em horários ímpares), e que não tinha como nem entrar pra ficar amassada na porta.

Esperei.

Alguns longos minutos depois, surge o outro metrô (cheio), encarei aquela lata metálica, afinal, assalariados e batedores de cartão não tem a opção de esperar que tenha um transporte público rápido e vazio (ou é uma coisa ou outra) .

Nas estações seguintes até conseguia me mexer, tirar o pé do lugar, tentar achar um local mais confortável e mais ventilado (mesmo que não exista), até que chega a estação São Gabriel - o que é aquilo?  Se tinha um milhão e meio de pessoas no metrô que não entrei mais cedo, pode ter a certeza que que outro meio milhão de pessoas vai entrar, mesmo que não caiba mais ninguém - as pessoas vão entrando, parecendo o estouro de uma boiada, é gente que não acaba mais, nessa altura, já não tinha mais lugar pra colocar as duas mãos e nem podia mexer os pés, porque corria o sério risco de ficar com ele pra cima até chegar a estação central.

Pronto ... o metrô vai andando e as pessoas tentando tentar não bater o cotovelo na sua cabeça. Mais não é só, quando tenta olhar pra cima vê que tem cinco mãos diferentes segurando num lugar que só cabiam duas e do lado tem sete pessoas no lugar onde caberiam quatro, mochilas, sacolas e afins no chão tentando também se segurar entre as pernas de seus donos.

Definitivamente isso não é vida, pelo menos na lata de sardinha deve ser mais confortável, pois afinal são só duas ou três disputando o mesmo espaço e elas não ficam entrando e saindo a cada estação e ainda não precisam aguentar um ser sem noção e sem fone de ouvido, sufocando nossos ouvidos e pensamentos com aquele funk maldito, naquele celular de quinta que chia mais que rádio velho.

Enfim chegou na estação central, 80% de todo mundo que está dentro do metrô desce lá e quer disputar a descida na escada rolante como se fosse uma prova de olímpica e não para por ai, ainda tem o ultimo obstáculo, a roleta que te liberta desse pesadelo, as pessoas não tem noção para passar na roleta ou de ter uma tal de gentileza onde quem está na frente passa primeiro e assim sucessivamente.

Mais no final tudo dá certo, são apenas longos e intermináveis 25 minutos dentro dessa lata de sardinha que anda em trilhos movida a eletricidade e que testa nossa paciência, senso de vida em sociedade e civilidade todos os dias.

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